"Eu tive que ir embora mesmo querendo ficar."
É a frase que vem a minha mente toda vez que penso em ti. E Deus sabe como eu não queria e evito pensar. Tu é uma das minhas lembranças mais gostosas e dolorosas, eu não sei exatamente como te classificar no meio dessa confusão. Eu confesso que durante esse meio tempo eu estava relativamente bem, porém certas vezes ainda com uma aflição que incomodava todo o meu ser. Tudo mudou então quando eu te reencontrei um dia desses e bem na época que em nos conhecemos, tão irônico que eu não pude deixar de rir no momento. Durante muito tempo eu andei um pouco aflita com medo de te ver, com medo da minha reação, medo mesmo do meu coração bater ao ponto de quase parar, de novo, e eu tenho que te falar que eu ainda to lidando com isso. Muitas vezes eu fui no lugar onde nos víamos, muitas vezes pra relembrar os momentos, as vezes pra provar que estava tudo bem, algumas tentando te encontrar e na maioria delas pra me confrontar. Por que de uma certa forma era o que eu precisava saber pra me trazer aqui de novo, pra colar um selo em tudo isso de uma vez, se é que é possível fazer uma coisa dessas. Mais uma vez, um mal necessário.
Eu tive inúmeras sensações como aquela antes de estar ali, e eu sempre sentia com angústia e alívio ao mesmo tempo, essa coisa toda que você me faz sentir de uma vez, ouso dizer que só você. Ao mesmo tempo que eu pedia pra te ver eu também me arrependia, mas naquela noite eu sabia que a probabilidade era bem maior, mas no fundo eu queria acreditar que não, eu sempre prefiro acreditar que não. O que é engraçado é que nesse meio você não é o diferente, e sim eu, por que foi você que deu o empurrão inicial que me levasse a esses eventos.
Adentrei o local e gostei muito dele, tinha coisas legais que enchiam meus olhos e prendiam minha atenção de forma boa. Logo no começo eu tive a leve impressão de ter te visto, mas eu sacudi a cabeça e fingi que não tinha visto nada. Queria ter fingido tudo a noite inteira, e se eu tiver de ser sincera com você e comigo, eu não queria mesmo é ter fingido nada em nenhuma situação. Tudo estava ocorrendo bem, mas algo me dizia pra me preparar, comprei uma cerveja e bebi aqui e ali, conversei e tentei me distrair. Resolvemos andar, e vieram comigo, e até agora eu me pergunto se aquela companhia foi um empecilho ou uma cooperação. Eu estava bem, tava me acostumando com o ambiente e as pessoas, eu estava sentada em um balanço rindo e de cabeça baixa, e mais uma vez, quis que você nunca estivesse estado ali. Te vi num relance em que eu tive certeza que meus olhos não estavam me enganando, eu sabia que era você. Eu congelei e eu tentei de uma maneira absurda e infantil sair correndo dali, e tenho quase certeza que de forma desesperada e você notou. Eu estava prestes a descer a escada, mas antes que eu pudesse sair você me tocou, e eu quase petrifiquei, eu preferia mil vezes só te ver do que ter tido qualquer outro tipo de toque. Tentei não olhar pro seu rosto, tentei não me abalar, tentei permanecer calma, mas a minha calma tinha ido embora no momento em que te vi. Nos abraçamos, nos olhamos e sorrimos. E Deus, como você continua bonito, claro que de beleza física, mas digo bonito como você mesmo, entende?. Você num conjunto todo. Eis que você solta:
"Sempre te reencontrando de surpresa. Nossos encontros são sempre assim." Você me disse sorrindo.
E sim, eu queria dizer que era isso mesmo, que era um reencontro mais que esperado, mas tudo o que consegui dizer na hora foi um "pois é". Talvez pela a companhia que me dava assistência ou impedia, to decidindo ainda. Depois dali, a calma nem sequer passou por perto de mim. Passei a te procurar com os olhos, talvez por que eu queria muito te falar algo, ou também por que queria muito te ver. Diferente da outra vez, não guardei nenhuma imagem sua, muito pelo ao contrário, quase não lembro do seu rosto nesse dia, porém lembro muito bem como a sua presença me marcou o resto da noite, mesmo que a nossa conversa nem tenha chegado aos 60 segundos.
Foi então ali que o meu impasse tinha começado e tudo aquilo que eu vinha evitando pensar estava atona, foi difícil, de novo. Uma aflição com angústia tinha tomado conta de mim, e eu queria gritar pra ver se a dor passava, queria fazer qualquer coisa que me distraísse. Eu tive que me controlar pra não cometer qualquer besteira, afinal de contas a razão toda de estarmos assim era por causa de mim, mais precisamente uma escolha. Nem fazia e nem faz sentido qualquer atitude ou tentativa de contato que eu possa ter com você depois de todo aquele drama. Talvez você esteja se perguntando o porque de eu estar aqui de novo, e eu te respondo que é devido as coisas que tenho pra te falar e como no fundo eu desejo que de alguma forma que você saiba, que você simplesmente saiba.
Eu quero te falar como você me marcou, em todos os sentidos emocionais e físicos até. Você me mostrou coisas que ninguém tinha me mostrado antes ou pelo menos de uma forma que tivesse me encantado, me fez sentir desejos impossíveis, me fez ter olhares e sorrisos gostosos, me fez ter uma floresta inteira no estômago - assim, bem bobo mesmo, vai entender, mulheres não é -, me fez agir cedendo as minhas vontades. Você como um todo me ensinou pra caramba tudo que eu sempre quis aprender, e acredito que tudo tenha sido sem a menor intenção e por isso mesmo, tenha sido tão marcante pra mim. Toda vez que te olho eu sei disso, talvez por isso minha reação de nervosismo, porque eu sei de tudo isso e eu nem sequer sei se você sabe pelo menos da metade. Chega a ser um pouco patético, mas eu não posso fazer nada, desculpe. Por fim, quero agradecer por tudo, tudo mesmo. Eu sei que a partir de agora as coisas vão ficar mais tranquilas, acredito eu, porque agora eu consigo ver o que deixei passar mas que infelizmente, naquela hora foi necessário. E quero te dizer mais duas coisas também, naquela noite você estava certo, nada daquilo ia ser efêmero, fugaz ou passageiro, eu deveria ter te ouvido. Mas agora eu sei, eu sei muito bem das coisas, e prometo ouvir com atenção numa próxima vez, se é que me entende. E finalizo, se santa é a carne que peca, não houve nada mais divino do que ter pecado com você.
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