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Mostrando postagens de 2013

Nem foi tempo perdido.

Pensei em números dias vir aqui te escrever e to vindo aqui agora. Pensei em vir ontem, que estava com umas cachaças na cabeça, mas, achei melhor deixar de lado e ir dormir,  talvez seja a última vez que eu apareça por aqui, não sei, não sou muito boa com despedidas. Se eu tenho uma razão? Acho que são as perspectivas de fim ano, e talvez os nossos diálogos que tivemos nas últimas vezes.           Pensando em tudo que a gente teve, se é que a gente teve alguma coisa, não foi tempo perdido, e olha que já passou um ano que acabou, não é? Um ano de dois anos de pura inocência – em falta de palavra melhor -, já me aconselharam tantas coisas sobre isso, pra eu lembrar as coisas boas ou só as coisas ruins, depois de muito tempo, eu decidi acreditar que você por um momento esteve de verdade ali e eu acho que se acreditar que não, vai ser um grande branco na minha vida, dramático você não acha? Mas é porque é bem isso. Eu aprendi muito com você, e seria mentira se eu dissesse que não ti

Nem por um minuto.

Eu segurava meu cigarro recém aceso em minha mão direita e o olhava como nos velhos tempos, ele estava por cima de mim com seu braço esquerdo apoiado na cama e retribuindo com o mesmo olhar, porém ele estava um pouco inclinado em cima de mim, o que acabara de acontecer antes era o que vinhamos fazendo todas vezes que nos encontrávamos, era quase que um mal necessário por mais que não pudesse, meu cigarro ia se esvaindo e a fumaça ia se misturando entre nossos cheiros, o silêncio não era incomodo, porém tinha que lhe falar o que viera fazer. As vezes me sinto culpada por apenas procurá-lo quando preciso, porém não era algo tão ruim se ele estava disposto a isso, sabia que ele não me procuraria como antes, se é que um dia ele chegou realmente a me procurar de verdade, acho que sim.  E então não tirei os olhos dele, eu me afogava constantemente em seus olhos cor de mel quase esverdeados, e não hesitei em falar: "Começo assim mesmo, com trecho de CFA 'eu tenho uma porç

2.0

Começo assim, pés no chão e cabeça nas alturas. Cheguei a casa dos 20 e nem parece, com carinha de 16 vale frisar, o que é bom. Antigamente eu era encalacrada quanto a isso, mas agora até que eu to aceitando mais. Eu vim lembrar que eu não escrevi quando foi os meu 19, e nem foi tão importante assim mas foi bom na medida do possível. Mas os 20 meu bem, é totalmente diferente, são duas décadas de existência, é o chamado flor da idade ou nem tanto assim, to saindo dos nineteen e indo pros twenty, sem os "teen" no meio, o que é engraçado. Nem sei muito bem o que falar, mas nesse dia esse ano eu tirei só pra mim, não olhei nenhuma rede social e não falei com ninguém até as 16 horas, sei lá, tirei o dia pra pensar e quis refletir e não deu muito certo, esse ano eu ganhei bastante presentes e até mais do que o esperado, ganhei uns antes e depois, fiz uma "festa" também, encontro com os amigos e eles até que foram, o que me surpreendeu bastante. Enfim, que nesses 20

Pelo amor do amor.

Ele estava do meu lado como sempre, nunca saíra de perto mesmo depois eu ter pedido tanto para ir embora, eu apoiava as mãos no pescoço e sempre com uma bebida ao meu lado, e eu podia sentir ele ali comigo, mesmo que isso não tivesse mesmo acontecendo, ele me olhava diferente e ao mesmo tempo com o olhar de anos atrás, quando a nossa sintonia não falhava, então comecei a contar as coisas como sempre, escrevendo ou só falando, de qualquer modo ele me ouvia, ele lia, ele sabia. ''Pepe, faz tempo que não te chamo assim não é? Pois bem, lá vem eu com mais uma carta, e eu não sei bem como começar, venho sempre culpada e desesperada e receosa, mas venho, você sabe, eu sempre acabo voltando pra você. Fiquei sabendo de uma história de uma moça, uma cantora que ela sempre escreve suas músicas para um cara que foi apaixonada quando tinha catorze anos, e eu vim me da conta que faço mesmo, claro, com suas diferenças, mas acho que sempre sempre vou escrever cartas pra você. Pois então

The Smiths e aqueles dois.

There is a light that never goes out. Abri os olhos e essa música me veio a cabeça, me levantei e sentei na cama e esfreguei os olhos por alguns segundos, respirei fundo e cantarolei um trecho da música “take me out tonight, where there’s music and there’s people”, olhei o relógio e marcava sete horas em ponto. Levantei e fui fazer minha higiene pessoal e tratar de me arrumar para o trabalho, seria mais um dia sem perspectivas, as mesmas pessoas e as mesmas coisas e o mesmo lugar e por mais que eu estivesse cansado dessa rotina eu não fazia nada para mudar, acomodação da minha parte, eu sei, por alguns raros momentos eu tentava prestar atenção nas pessoas ao meu redor mas, elas simplesmente não falavam nada. Peguei minhas coisas e fui embora, cumprimentei seu Valdir, o porteiro e ele respondeu, ele era uma das poucas pessoas que eu gostava de conversar, ele me aconselhava e muito. Eu morava em um bairro consideravelmente bom, eu gostava, as vezes dava pra ir a pé ou de bicicleta p

Porto Seguro.

Porto seguro. Era uma palavra que tava na minha mente há alguns dias, influência talvez. Fiz todo aquele ritual de sempre, olhava aquela caixa amarelada cheia de cartas e a peguei no colo e abri, estava disposta a colocar mais uma na coleção. Comecei: ''Ando pensando muito em você meu bem, quero antes de tudo, pedir mais uma vez desculpas por tudo, mas, mais do que isso, por ser fraca e ter pensado em um dia desistir de nós. Eu to com isso na cabeça porque me veio a frase: ''É difícil manter as pessoas que a gente ama por perto'' e realmente é isso, ainda mais pra mim, não que isso seja um problema só meu, sei que tem muita gente que ''sofre'' disso, só que no meu caso é mais intenso, o que quero dizer é que na primeira oportunidade que tive de ti culpar pelo o que aconteceu ou pelo nosso afastamento procurei motivos pra desistir, mil perdões, mas como já diz a música ' perdoa o drama e não desisti de mim ', eu e vim percebendo que eu

Cecília e os balões.

Era um final de agosto e o céu tinha cor de algodão doce. Algumas crianças brincavam num parquinho, longe. Deitada na grama, eu ouvia suas risadas e pensava se alguém, um dia, também ouvira a felicidade em minha risada de menina, quando eu corria atrás de um cachorro, ou quando me divertia sozinha na balança. Uma nuvem sorria, longe de meu alcance. Estar deitada na grama nos fins de tarde era o meu passatempo preferido. Adorava observar o céu - às vezes eu pensava como seria passear de balão sobre essas nuvens que tanto me sorriam com seus desenhos abstratos. De repente, o toque do meu celular me tira dos meus devaneios: era Cícero. Ele chegava hoje de madrugada, uma da manhã, finalmente. Ficar sem ele esse tempo todo ao meu lado foi difícil, mas eu pelo menos consegui me desprender das asas de meu irmão. A mensagem dizia: “Te vejo em algumas horas, mal posso esperar. Até daqui a pouco, minha pequena.” Sorri e guardei o celular na bolsa, voltei a olhar para o céu. Pensar que C