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Sangue quente.


Tem o certo e o errado e tem todo o resto. Relembrei o momento em que eu havia deixado seus irresistíveis lábios tocarem os meus e era exatamente e muito melhor do que eu esperava. Foi então que eu sabia que aquele era o meu fim. Olhei-me firme no espelho antes de ir ao seu encontro, saí depressa de casa e antes que eu me deixasse pensar, durante todo o caminho eu tentava me controlar, pensando que aquele era o meu momento no qual eu pensava que conseguia lidar com isso, podia muito bem seguir em frente, porém se era pra me entregar que fosse de uma vez. Cheguei até o seu apartamento. Eu podia escolher entre as escadas e o elevador, porém a minha pressa era tanta que escolhi ir pelas escadas, seu apartamento era no terceiro andar, subi com certa pressa e por isso quando cheguei em seu andar eu tentava conter minha respiração. Minha pele queimava, e para conter minha ansiedade antes de bater na porta eu respirei fundo e mordi meus lábios com força, franzindo meu cenho de dor. Não precisei bater na porta, ele abriu a mesma e sorriu. Ele sabia, ele sentia que eu estava ali, sem sensibilidade, ele só sentia arder como eu. 
Duas vezes antes em menos de uma hora eu sabia que mais uma vez que se eu entrasse nessa, sair sem qualquer dano era impossível. Seu sorriso era minha entrega, seu olhar me dominava e eu não precisei falar nada além de sacudir a cabeça e sorrir de canto. Dessa vez não haveria rodeios, eu adentrei o apartamento que pelo relance de meus olhos era pequeno e simples, ele me puxou para perto, mas sem que houvesse nenhum contato entre nós, ele foi vindo até mim e eu indo para trás, mas não que eu quisesse fugir, muito pelo ao contrário, ali era exatamente onde eu devia estar, não fiz nada. Não tinha condições e nem queria ter. Eu me rendia. 
Ele fechou a porta então, me encostando na mesma e trancando-a, foi a primeira vez naquele dia que eu sentia seu corpo ao meu, e roupas nunca me incomodaram tanto como naquele dia. Respirei fundo e soltei logo em seguida o ar devagar, ele sorriu e percebi fazer o mesmo, inclinei a cabeça para frente procurando por seus lábios, porém ele se afastou e me olhou, não seria tão fácil como eu queria que fosse, soltei um grunhido baixo e respirei fundo outra vez. Eu tinha entendido, antes haveria brincadeiras ou tortura, seja lá como se chama. E isso me excitava ainda mais, deixei então que a luxúria me transbordasse e tomasse conta de mim naquele momento e se havia um pecado no qual eu era condenada nessa minha humilde vida, era a luxúria e desejo de carne. Esse era um jogo no qual eu era novata, mas eu estava disposta a aprender, porque apesar de tudo, esse era o segredo e nesse jogo tínhamos tudo, química e agora acima de tudo, tempo. 
 Senti seu corpo colar ao meu e sua mão em minha cintura e a outra encostada na porta, sua mão foi lentamente subindo, passeando seus dedos pelo tecido fino de minha roupa, até chegar meus seios e ele apertar de leve, me fazendo fechar os olhos e encostar a cabeça na porta, mordendo os lábios mais uma vez, ele sorriu de canto e continuou até chegar em minha nuca, me arrepiando por inteiro no qual eu não pude conter um movimento involuntário do meu corpo, onde foi a vez dele de soltar um suspiro baixo. Suas mãos pararam em minha nuca e eu abri meus olhos, nos encaramos por algum tempo, não era necessário palavras, seus olhos transbordavam desejo e ele então foi aproximando o rosto ao meu, bem devagar, mas sem encostar os lábios e permaneceu ali por alguns segundos, roçou os mesmos um pouco me fazendo fechar os olhos de novo em delírio. Arfei e levei minhas mãos a sua nuca puxando seu cabelo com força. Ser dominada é bom, mas não há nada melhor do que ter domínio da situação, ainda mais como essas. 
“Tá com pressa?” Ele inclinou a cabeça pra trás e riu um pouco.
“ Talvez um pouco. Mas, eu sei me controlar.” Eu disse tentando usar mesmo tom calmo do dele. Porém, se ele queria jogos, eu que não quebraria essa regra. 
Enquanto sua cabeça estava inclinada para trás, me aproveitei do seu pescoço a mostra, sorri em vantagem. Sem que ele percebesse, aproximei meus lábios do pescoço, e passei minha língua sedenta por sua pele em toda extensão em que podia alcançar. Ele soltou um suspiro alto e eu me aproveitei ainda mais da situação, levando minha outra mão para suas costas e cravando minhas unhas nas mesmas enquanto mordiscava seu pescoço. Sorri ao perceber a reação do seu corpo, me vangloriei. Ele pareceu acordar e voltou a me encostar na porta com força segurando meu rosto com força.
“Tá com pressa?” foi minha vez de rir e dizer. E ele nada disse, apenas assentiu, porém eu sabia que ele não se renderia agora. 
 Ele voltou a aproximar seu rosto ao meu, passando a língua pelos meus lábios me fazendo mexer meu corpo e ocorrer certos atritos entre nossos corpos, ele contornou com sua língua e mordeu meu lábio inferior com força, e em resposta arranhei com mais força suas costas. Ele parou rapidamente e me olhou e eu bufei como se perguntasse o que tinha acontecido, e ele me olhou por dois segundos e me beijou ferozmente. Pronto, nossa brincadeira que parecia que iria durar horas, não deve ter durado nem cinco minutos, porém o que viria agora era melhor que qualquer outra coisa. Meu corpo queimava por inteiro e eu sentia um calor emanar dentro de mim, nossas línguas eram rápidas e ferozes, e o puxei o mais perto que podia para mim, ao ponto de quase nos fundir num só. 
Seu beijo era tão bom que eu podia passar horas explorando seus lábios carnudos, mas eu sabia que aquilo não era única coisa positiva que ele tinha. Ele desceu suas duas mãos pelos quadris, apertando com força me fazendo prender minhas pernas em sua cintura, onde houve o encaixe perfeito de nossos corpos, no qual eu podia sentir sua ereção por sua bermuda tocar a minha excitação por de trás de meus shorts. Arfamos durante o beijo, talvez ele não quisesse mais brincadeiras, porém eu estava disposta a provocar mais um pouco, e com certa dificuldade rebolei impulsionando sua ereção junto a minha excitação. Ele quebrou o beijo e gemeu baixo, encostando a cabeça em meu pescoço:
“Ai caralho..” disse baixo.
Aquilo me excitou mais e me fez continuar. Eu segurava firme em seus ombros e em sua nuca, e antes que eu percebesse qualquer movimento, ele beijou meu pescoço desnudo com ferocidade, me fazendo gemer dessa vez.Ele me desencostou da porta e me levou pro cômodo mais perto que tinha ali, a sala. Não havia tempo de ir para o quarto, ele me colocou no sofá e veio por cima de mim com certa pressa, tirando a camisa e deixando a mostra suas tatuagens, uma na costela e a outra que eu sabia que tinha em suas costas, mordi os lábios mais uma vez. Levantei uma de minhas pernas até sua cintura e ele veio por cima de mim com um sorriso de canto e voltamos a nos beijar, suas mãos agora inquietas não conseguiam decidir entre meus seios ou quadris. Ele desceu sua boca mais uma vez até meu pescoço e parou perto do meu ouvido:
“Eu quero foder com você como se nunca mais fosse te ver de novo.” Estremeci com sua voz baixa em meu ouvido e consenti com a cabeça. 
 Ele então tirou minha camisa e junto com a mesma levou meu sutiã, deixando meus seios a mostras e antes que ele pudesse desfrutar dessa visão, ele não se demorou em colar seus lábios deliciosos e quentes em meus seios me fazendo arquear as costas e gemer mais alto. Enquanto sua boca se deliciava com meus seios, sua mão desceu até meu shorts adentrando por de baixo da minha calcinha tocando minha vulva pela primeira vez naquele dia, me fez arquear as costas mais uma vez e morder meus lábios com força. Seus dedos então começaram a estimular meu clitóris e não foi preciso ele fazer muita coisa para que me deixasse ainda mais molhada, ele foi descendo seus beijos por minha barriga, mordiscando certas vezes até chegar meu shorts, e ele arrancar, tirando por completo e jogar para o alto. Aproveitou e tirou sua bermuda, ficando só de boxer e ele veio por cima de mim, e encaixando mais uma vez seu corpo ao meu. 
Eu podia sentir seu pênis pulsante por trás da boxer em meu clitóris coberto pela calcinha, e foi sua vez de fazer movimentos de vai e vem. Num movimento rápido, eu o empurrei para que ele se sentasse eu ficasse em seu colo, e não contive meus movimentos por cima dele, rebolando devagar e com certa força. Não aguentando mais:
“Eu quero que você me foda, agora e depois, de novo e de novo.” Falei em quase em tom de suplicação, e ele havia entendido. 
Tirei minha calcinha e ele mesmo tirou sua boxer, e sem nenhum aviso prévio ele me penetrou com força e por inteiro, me fazendo gritar e estremecer de novo naquele dia em menos de duas horas, jogando minha cabeça para trás, fazendo até doer um pouco, porém a única dor que eu tinha era o prazer que ele estava me oferecendo. Ele apertava minhas coxas com força, me fazendo ter certeza que mais tarde haveria a marca de seus dedos na mesma, eu rebolava e me apoiava meus braços em seus ombros, de olhos fechados sentindo aquele momento com todo o meu ser, ele beijava meus seios e oras mordiscava. Abri os olhos e procurei por seus lábios e por mais que quiséssemos manter um beijo, horas interrompíamos com mordidas ou grunhidos de ambos. 
Ele me afastou um pouco me deixando atordoada por ter saído de mim tão de pressa, coloquei uma de minhas mãos na cabeça devido a tontura que senti e antes que pudesse respirar direito, ele me puxou e fez ficar de costas pra ele, usando uma de suas mãos para prender meu cabelo, puxando com ferocidade, e com a outra mão penetrou com dois dedos em mim mais uma vez, me estimulando de uma forma eu não conseguia conter os gritos. Eu estava delirando, eu estava sendo tomada por um desejo e prazer que em que havia momentos que pensei que iria desmaiar, mas em outros momentos eu nunca estive tão lúcida. Ele parou mais uma vez e me fez curvar e me apoiar no braço do sofá, ficando de quatro, e eu que já esperava uma penetração com força, ele me invadiu devagar e pela metade, no qual tirava e colocava mais uma vez, manteve seus movimentos até que ele mesmo cansou de se torturar e me torturar, puxando meu cabelo para trás, enquanto eu suspirava e mordia meus lábios.
Ele parou de brincar e penetrou com força de novo, caprichando em seus movimentos alternados, dessa vez soltando gemidos altos. Aquele ambiente era coberto por nossos gemidos horas baixos e as vezes altos, um som gostoso e único, no qual não haveria outro melhor para ser preenchido no lugar. Ele começou a ir mais rápido, me fazendo sentir que ali viria o primeiro orgasmo daquele dia, eu podia sentir o prazer e o gozo a ponto de explodir, de tomar cada parte do meu corpo. Foi então que gemi mais alto e tremi por inteiro com ele dentro de mim, logo depois senti o mesmo ter as mesmas ações que eu. Ele então descansou sua cabeça em meus ombros, ambos estávamos respirando fundo tentando recuperar todo o fôlego que nos faltava. Senti o mesmo sorrir e beijar meu ombro. 
Aquela era só a primeira parte de um dia que estava longe de acabar. Como libertinos naquele momento, as afinidades de nossos corpos nos fazia criar uma sintonia mental que ao propiciar jogos e provocações, acentuava mais quem nos eramos um pro outro. Encrenca era nossos nomes, para ambos, porém já tínhamos ido longe demais pra parar. Podíamos sublimar aos nossos desejos apenas para pensamentos, porém Shianberg diz, e ainda há os homens que cedem as tentações e desejos, chamados de homens de sangue quente.
Continua...
           

                               

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