Te ver, te encontrar, te conhecer, te querer, te desejar. Resistir a você estava sendo naquele momento uma das coisas mais duras da minha vida. Foi o momento certo, mas na hora errada, assim confuso mesmo. O desejo do proibido e do quase inalcançável, do errado mas que, de um outro olhar parecia ser só mais alguma coisa nesse meio cheio. Por que a gente não podia ceder? Quais seriam as consequências?. Eram tantas das perguntas que me vinham a cabeça antes de ir aquele encontro que parecia ser tão errado, mas ao mesmo tempo tão certo. A adrenalina estava a mil por hora, meu coração estava fora do comum, eram sensações desconhecidas, e maior que isso, era algo imprevisível, porque eu não sabia até que ponto eu e você podíamos perder a cabeça e deixar o controle escapar. Avistei você e logo vieste ao meu encontro, com teu andar diferente e sorriso incomum:
"Demorou, meu bem." Você disse e então temos o primeiro toque daquela noite. Sorrio sem jeito e olho pra baixo.
"Não foi nada, você que chegou cedo."
Andamos um pouco calados e então você põe o braço em minha volta, me fazendo prender a respiração sem que você perceba, antes que falássemos qualquer coisa eu estava focada no que fazer e falar, mas antes que eu tivesse controle das minhas atitudes você desatou a falar, e agir normalmente e eu me perguntava o porquê de eu estar assim e simplesmente não poder agir que nem você, e encontramos um amigo seu e no qual fui apresentada, rimos um pouco e tentei relaxar, falamos alguma coisa boba, a banda no meio da praça começa a tocar, o som me assusta e me incomoda, te peço pra vir comigo:
" A gente pode ir pra lá, eu gostaria de sentar. Você sabe, não sou muito de ficar em pé." Digo e sorrio levemente. Você ri e concorda
"Vamos sim, o que você quiser."
Caminhamos até achar um banco, conversamos mais um pouco sobre coisas aleatórias, pergunto como foi seu dia e você me responde empolgado, continuo te escutando e dou o palpite para sentarmos perto da árvore:
"Aqui, acho que é bom lugar." Falo normalmente
"Não, ali tá melhor" Você discorda. Olho pro céu e olho pra você e digo:
"Não, ali tá melhor" Você discorda. Olho pro céu e olho pra você e digo:
"Mas se chover a gente vai se molhar primeiro, se sentarmos perto da árvore, não acontecerá tão depressa." Você finge pensar e mesmo assim discorda, rio e caminho com você até onde deseja.
Sentamos no banco e começamos a rir, estão dois casais aos beijos, a gente se olha e a vontade é a mesma, não podemos. Conversamos mais um pouco ou tentamos, ficamos mais aos risos, seus braços mais uma vez estão a minha volta, o que me deixa aflita, finjo relaxar e não me importar, difícil, pois a minha vontade é de te agarrar naquele exato momento. Os casais intensificam o beijo, viro pra você, começa a chuviscar e então você me olha com cara de derrota:
"Vamos pro banco de baixo da árvore, acho que vai ser melhor." Sorrio vitoriosa ao ouvir o que você diz, levantamos e vamos até lá, sentamos e finalmente conversamos.
"Vamos pro banco de baixo da árvore, acho que vai ser melhor." Sorrio vitoriosa ao ouvir o que você diz, levantamos e vamos até lá, sentamos e finalmente conversamos.
Nossos assuntos são aleatórios, você fala sobre tudo e eu te ouço, e fico confusa no que pensar, sentir e falar, volta e meia você vira e beija minha bochecha ou horas me provoca beijando o pescoço, me fazendo ter levemente o frio na barriga de medo ou de vontade. Quando ouço você falar as coisas, vejo como você é diferente da projeção que eu tinha, tão diferente que me deixava encantada e surpresa, eu falava pouco porque não queria te atrapalhar, você ficava bem falando, e você sorria de vez em quando, o teu sorriso é bonito, é incomum. Nos empolgamos e começo a relaxar mais, começo a te tocar mais, retribuindo teus beijos na bochecha, tocamos no assunto daquela outra noite, rimos e lembramos das baboseiras que falamos e do que poderia ter acontecido, tu me puxa para mais perto e eu vou, dessa vez sem medo, cedo a vontade e a necessidade de teus toques e do meu corpo ao seu, queria a mesma sensação que tive aquela noite, e que se exploda o resto. Você pergunta:
"Por que tem que ser assim? Por que não antes?" Você me olha sério.
"Eu to me perguntando isso desde quando tudo isso aconteceu." Falo baixo, mas ainda assim você me ouve.
"Eu te quero". Então você coloca a mão no minha nuca e acaricia minha tatuagem. E comenta:
"A sua girafa ainda está aqui." Estremeço com seu toque e rio do seu comentário:
"Está sim. Você não pode me querer, você não deve." Te olho séria. Você ri baixo balançando a cabeça, passo a mão pelo teu cabelo e você fecha os olhos
"Está sim. Você não pode me querer, você não deve." Te olho séria. Você ri baixo balançando a cabeça, passo a mão pelo teu cabelo e você fecha os olhos
"Mas eu te quero também." Sinto você se aproximar e então aquele era o primeiro do que se pode chamar de "teste" daquela noite.
Eu sabia o que você ia fazer, e confesso que eu estava ansiosa por esse momento, até pra saber se eu ia ceder ou resistir, sinto a tua respiração perto do meu rosto, a tua boca perto da minha, eu prendo a respiração por segundos demorados me aproximo mais, estou quase cedendo e então me afasto, você não faz nada, não força. Desvia os lábios pro meu queixo e deposita um beijo, respiro fundo tentando recuperar o folego de horas atrás, a tua reação é igual a minha. Enrolamos mais um pouco, falamos mais coisas aleatórias, você para:
"Seja coletiva e cede a isso." Você fala sorrindo.
"Teu sorriso é bonito".Comento fugindo do assunto, você sorri ainda mais, continuo.
"Eu já cedi de estar aqui, você sabe exatamente o que não me deixa agir, ou quem." Você permanece calado, beijo tua bochecha e você faz então o gesto de colocar minhas pernas sobre as tuas, e continua a deixar teus braços a minha volta, você me olha:
"So tenho o teu sorriso, teus beijos na bochecha e alguns de teus toques. Quero mais. Por que a gente não é egoísta?".Você diz mais perguntando a si mesmo do que a mim.
"Simplesmente não podemos, porque nos importamos." Deito minha cabeça em teu ombro e ficamos calados um tempo, brincamos com nossas mãos.
Não queria admitir para mim mas, eu ansiava e deseja teus toques, gostava quando você me abraçava, quando me beijava, quando teus lábios roçavam no meu pedindo intensamente por mais, e eu sabia que não era só eu e se isso era um jogo, nos dois estávamos nos saindo bem, e se não era, ainda estávamos nos saindo bem. O que mais fazer? O que mais a pensar?. A noite então ocorreu assim, com quase beijos, muitos abraços, muitas falas aleatórias, com muita vontade e desejo. Nos testamos milhares de vezes, perdemos o folego de forma errada mas ainda assim era bom, até que chegou a despedida e com a ela a expectativa, e mais uma vez não podíamos . Fomos embora.
As milhares de perguntas de antes de te ver reapareceram, e eu me pergunto porque não ceder a essa vontade quase incontrolável, porque não fazer o que eu quero, porque eu devo me importar, são coisas que estão me enlouquecendo. Mas isso era tudo tão errado, não devo, não posso, a ação dessa reação iria ser muito maior do que se pode imaginar, eu iria então receber tais notícias dos seus lindos lábios e, tudo estaria por fim acabado de uma forma trágica, se não pior.
Admitir que isso é errado, já é um começo e admitir que é um desejo secreto meu já é o meio, pois já diz Aquino que alguns homens sublimam seus desejos projetando-os em pensamento, o que parece ser o suficiente para satisfazê-los e outros apesar de resistirem de diferentes formas, acabam por ceder as tentações, chamados os 'homens de sangue quente'. Sangue quente ou não, isso de tão errado parece ser quase um pecado, porém, santa é a carne que peca.
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