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Depois da chuva.


E depois de um tempo aqui estamos pra escrever uma boa e velha carta, essa que a gente escreve dizendo coisas que as pessoas não dizem mais, por que seriam coisas que só se dizem por carta. Há tanto que eu gostaria de dizer que talvez (como sempre) saiam bagunçadas, tão bagunçadas quanto eu, quanto tu, quanto nós. O dia está calmo eu diria, um clima ameno depois uma chuva grossa, os passarinhos voam com cuidado, aqueles que se você não olhar direito tu quase nem vê, e com mais carinho ainda tu podes ouvir eles cantando ou algum som parecido com esse. Em dias assim eu queria um cigarro, mas uma das minhas resoluções de ano novo é parar de fumar, troquei a nicotina pela fumaça quente que sai da minha xícara de chá. 
Eu sinto tua falta de forma tão imensa e intensa que tu se fez presente dessa vez, tu que eu jurei que havia se feito ausente, nos últimos segundos se fez tão vivo que eu tive que respirar fundo pra assimilar o tempo todo que você esteve e estará aqui. Uma saudade gostosa, não dolorida, sinto falta dos teus olhos e sorriso, sinto falta de ti por inteiro, as vezes quase consigo te sentir.  E, te sinto tanto que me perco, é uma daquelas poucas sensações que só tu é capaz de me dar, é nessas que eu me agarro e sinto viva e grata por saber que existe alguém que me faz saber o que é viver e o que é amor, em você eu perco e pra te achar me chame para uma dança.  
Coisas assim, esses sentimentos tão guardados em mim que eu tenho vontade de te dizer, talvez pelo telefone ou pela tua presença em outras dimensões que me escapam, ou simplesmente de compartilhar com alguém que sabe tanto quanto eu o que é sentir tudo isso. Não nos perdemos, não brigamos, não nos afastamos, mas alguma coisa aconteceu e foi com força, que me doeu pela alma e pela vida, mas que em algum momento se fez necessário, tão necessário que eu relutei em acreditar. E sabe, essas coisas sim, que eu quero te dizer, dessas que como sempre diz Caio, não se sabe como serão ditas e nem ouvidas, dessa saudade que alimentamos com pequenos rituais de memórias, isso, isso mesmo, these foolish things, coisas-assim-me-lembram-você. Me lembram tanto de você que eu te mando minha maior vibração de axé e amor, fique bem, fique feliz. 
Sinta o vento, sinta a chuva e sinta o calor, coisas grandes vem por aí, e voa, voa sem medo e faz aquilo que te paralisa tanto, porém todo cuidado é pouco. Que depois disso fiquemos calmos, it’s a beuatiful war. Fiquemos bem, fiquemos juntos, fiquemos da maneira que acharmos melhor. Só fiquemos. Calma, it’s time. 

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